quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AÇÃO QUE PROMOVE MUDANÇA

Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48.

Dentre as inúmeras narrativas que a Bíblia nos apresenta temos a de uma mulher, que provavelmente morava em Jerusalém, a qual viveu o drama de uma doênça incurável, por longo período em sua vida. E depois de esgotados todos os recursos de que dispunha obteve a cura definitiva da sua doênça, apenas fazendo uso da sua fé em Jesus.
“A narrativa nos diz que “...certa mulher...” (Marcos 5.25). Uma mulher anônima, que vivia na obscuridade sem ser vista pela sociedade à sua volta. Nada nos é revelado sobre sua família e posição social. Não fosse o seu encontro com Jesus, teria sido mais uma que passaria pela vida sem ser notada.
Informa-nos também a duração do seu flagelo “...havia doze anos tinha um fluxo de sangue...” Muito tempo para quem se encontra doente, quando cada dia parece se transformar em eternidade! Tempo suficiente para perder todas as esperanças.
A história dessa mulher retrata a de milhões de pessoas. Anônimas, desprezadas, humilhadas, subestimadas e também discriminadas; nessa sociedade egoísta, hedonista e materialista, como a nossa, em que não se valoriza o SER, mas apenas o TER.
Pobres pessoas que não vivem, apenas passam pela vida sem serem notadas. Não são lembradas pelo nome, porque são consideradas e contadas apenas como um número nas estatísticas. São vistas apenas quando são objetos de interesse de alguém que pretende aproveitar-se delas para realização de seus planos, sendo em seguida esquecidas definitivamente.
O estado dela era crítico. A hemorragia constante a tornava anêmica, debilitada, humilhada e até discriminada. Para aquela cultura, que se baseava na lei mosaica, a mulher que tivesse fluxo de sangue era considerada imunda (Levitico 15.19-27). Nessa situação desesperadora, aquela mulher buscou incansavelmente nos médicos - vários médicos - a solução para o seu problema.
Inumeras são as pessoas que, como ela, são esmagadas e torturadas pelas dores, mazelas, sofrimentos, angústias e aflições, que as incomodam, inquietam, tiram a paz e as transtornam. Elas correm de um lado para o outro, buscam solução para os seus dilemas e problemas. Às vezes gastam todo o seu tempo, suas energias, sem bens, seu sustento.
A Escritura demonstra que “tendo dispendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior” (Marcos 5.26). Aquela pobre mulher se encontrava em uma situação cada vez mais grave. Além da doênça incurável, agora ficara pobre. Provavelmente estava arrasada, no fundo do poço. Uma vida sem nenhum sentido, porque a doença dissipara todo o seu contentamento.
Muitos, à semelhança dela, tendo acabado todos os recursos, se esgotam, sem, no entanto, encontrarem uma luz no fim do túnel, uma saída promissôra e honrosa. O futuro? É cada vez mais sombrio, desalentador e catastrófico. Aí vem, a depressão, a desistência da vida. Muitos, nesse estado, até dão fim à própria vida, porque para eles, a morte é a melhor das opções.
O ponto de partida para a grande mudança na vida daquela mulher foi a notícia de que existia naquela região um homem chamado Jesus (Marcos 5.27). Ela ouviu acerca dos grandes feitos de Jesus em favor dos que se encontravam em sofrimento ou flagelo. E concluiu que era agora a oportunidade de findar a sua aflição.
A revelação bíblica demonstra que sempre surge uma segunda oportunidade, a oportunidade para o recomeço. Porém, o fato é que muitos não sabem aproveitar a sua segunda chance. Uns porque não a percebem, outros porque não a valorizam. Existem ainda outros que por se encontrarem tão debilitados e desanimados passam a desacreditar de tudo e de todos, imaginando que não vale a pena tentar mais uma vez. Para esses, infelismente, é impossível acontecer a mudança.
Certamente ela relutou em se aproximar do Mestre. Talvez o trauma, o medo, a vergonha a torturavam constantemente. Mas para ela, se fosse censurada por está no meio do povo na condição de imunda, seria menos traumático do que a sua doença. Assim ela arriscou e se aproximou do local onde se encontrava aquele homem que agora era a sua única esperança.
Alguém afirmou que “o êxito é a conquista de quem se levanta mesmo que caia, de quem se esforça sem se derrotar, mesmo que fracasse muitas vezes.” Não podemos nos desanimar hoje por causa das derrotas e fracassos do passado. Ao contrário, temos de procurar aprender as lições de cada adversidade enfrentada, e usá-las para construir o presente em bases mais sólidas, colocando-nos como exemplos para outros que tiverem conhecimento de nossa história.
Não foi fácil chegar até ele. A multidão era grande (Marcos 5.27). Mas ela na sua persistência, penetrou por entre a multidão, afastando o povo para a sua direita e esquerda. Talvez alguém não a entendendo, dificultava a sua passagem, empurrava-a, mas ela chegou onde pretendia. Tivesse ela ficado à distância esperando as coisas acontecerem, o seu fim teria sido trágico.
Todos os bens valiosos têm um preço equivalente. O Senhor tem para nós, como tinha para aquela mulher, o suficiente para suprir as nossas necessidades, mas às vezes temos de enfrentar desafios para conquistá-los. Obstáculos aparetemente intransponíveis às vezes surgem à nossa frente, e, se não formos persistentes, passamos a fazer parte do grupo dos derrotados.
O que a movia era a sua fé, porque acreditava piamente de que ali estava a solução do seu problema. Fé tal que, não bastaria mais que um toque na roupa de Jesus (Marcos 5.28). Preferiu seguir silenciosamente em busca de sua cura. Não quis se antecipar contando o seu problema por medo dos legalistas expulsarem-na do ambiente, vez que estes não conseguiam olhar pelas lentes da misericordia.
A fé é algo essencial para as nossas conquistas. Vemos em diversos lugares na Bíblia a importância da fé sendo destacada. O Senhor Jesus sempre elogiava as pessoas que demonstravam a fé. Tão importante ela é que na carta aos Hebreus encontramos a afirmação de que “sem fé é impossível agradar a Deus.” Como aquela mulher, precisamos ter fé. E esta no sentido pleno é composta de crença, confiança e lealdade. Se faltar um destes três elementos não é a fé que nos faz agradar a Deus.
Chegou para ela o feliz momento e o lugar especial que mudaria por completo a sua história. Aproximou, aproximou, e tocou! Imediatamente foi curada! Instanteneamente seu pesadelo findou. Agora, se encontrava aliviada, outra mulher! Não mais doente, nem imunda.
Para quem possui fé, sempre chega os momentos da vitória, que se necessário for, podem se expressar na forma de milagres. O problema de muitos de nós é que sempre nos falta a fé, ou às vezes ela é pouca. Se este é o nosso problema, temos de urgetemente suplicar ao Senhor, que é tanto o autor como o consumador da fé, ou seja, dele procede a fé, e por meio desta, ele opera os milagres.
Procurou se retirar em silêncio, mas Deus que acompanhava seu suplício pelos doze longos anos queria que todos ouvissem daquela mulher o testemunho do milagre ocorrido na vida dela. Assim, ela contando toda a verdade, relatou a sua história e o que havia acontecido, à vista de todos que ali se encontravam (Lucas 8.47). E o Mestre por sua vez, não a cencurou pela sua atitute, ao contrário, elegiou-a, confirmando a sua completa vitória e desejando-lhe a paz, (Marcos 5.34).
Uma vez alcançado o milagre não podemos ser omissos em relatar aos outros os benefícios que o Senhor nos faz. O Senhor Jesus disse ao homem que fora liberto do poder dos demônios “vai para a tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti (Marcos 5.19).
Nossos problemas ou crises surgem, ora por agirmos de forma imprudente, ora por permissão do Senhor. Entretanto, independentemente das causas desses problemas, eles são oportunidades para conhecermos melhor o Senhor, que tem a solução para todos eles. Claro que essa solução depende da sua soberana vontade.
Portanto, se temos alguma doênça, problema, crise, dificuldade, seja o que for, rompamos todos os obstáculos, barreiras ou impedimentos, e cheguemos até ao Senhor e toquemo-lo pela fé. E da mesma forma que aconteceu a ela nos acontecerá. Conforme Hebreus 13.8 “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.” A mulher foi a Jesus. Eu também fui a Ele. E você Irás, ou continuarás em seu estado de sofrimento? Agora depende de você! 

Texto de Gilvan Lopes de Carvalho.

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